Objetivo foi entender a dinâmica de funcionamento do centro especializado no atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista
Representantes dos municípios de Getúlio Vargas e Estação estiveram em Erechim, nesta terça-feira, 23 de abril, para uma visita técnica ao Centro de Atendimento TEAcolhe (CAS), referência regional no cuidado a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo foi conhecer de perto a estrutura e os processos de trabalho da unidade, localizada no bairro Bela Vista e administrada pelo Instituto Pensare.
A comitiva foi recepcionada pelo coordenador da 11ª Delegacia de Saúde, Dimas Dandolini e liderada pelo vice-prefeito de Getúlio Vargas, Dinarte Farias, e integrada pela secretária de Educação, Cultura e Desporto, Luciane Spanhol Bordignon; pela secretária adjunta de Saúde e Assistência Social, Luana Paula Vendruscolo; por profissionais da rede municipal de saúde e educação; além do secretário de Saúde de Estação, Alessandro Comin, e da secretária de Educação, Marcele Anversa Lima.
O grupo foi recebido pela psicóloga Gislene Alves Hawryluk, coordenadora do CAS, que apresentou a estrutura física e organizacional do espaço, bem como o trabalho desenvolvido pela equipe multiprofissional. O centro atende crianças com TEA por meio de serviços ambulatoriais de psicologia, psiquiatria, neurologia, fonoaudiologia, fisioterapia, pedagogia, assistência social, neuropediatra e terapia ocupacional.
REFERÊNCIA REGIONAL NO ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
Criado por meio de edital do governo estadual, o CAS TEAcolhe de Erechim atua com regulação por meio do sistema Gercon e atende mensalmente mais de 1.200 procedimentos terapêuticos, acompanhando cerca de 150 crianças da região do Alto Uruguai.
Gislene destacou que “o atendimento especializado e precoce é essencial para a inclusão social e para o desenvolvimento das crianças com TEA”. Segundo ela, o serviço busca promover um trabalho ético e integrado com as famílias, com planos terapêuticos individuais e uma abordagem humanizada.
AUMENTO EXPRESSIVO DA PREVALÊNCIA PREOCUPA
Durante a visita, dados atuais sobre a prevalência do autismo foram compartilhados com os gestores. Hoje, estima-se que uma em cada 33 crianças esteja dentro do espectro, número que tem crescido de forma acelerada. Estudos indicam que, até 2035, essa proporção pode chegar a um para um, o que representa um cenário desafiador para as políticas públicas de saúde, educação e assistência social.
“Estamos diante de uma realidade que exige atenção e preparo. É um fenômeno crescente e, por isso, entender como centros como o CAS funcionam nos ajuda a pensar estratégias de atendimento e acolhimento em nossos municípios”, refletiu o secretário de Saúde de Estação, Alexandre Comin.
DESAFIOS E APRENDIZADOS COMPARTILHADOS
Durante a visita, a coordenadora do CAS compartilhou experiências e desafios do dia a dia, como o aumento da demanda, a necessidade constante de qualificação profissional e os limites operacionais enfrentados pela equipe. As lideranças de Getúlio Vargas e Estação ouviram atentamente os relatos, em um momento marcado pela troca de informações e reflexões sobre os contextos locais.
“Nós viemos para aprender, ouvir e entender como o serviço está estruturado. Essa troca é muito rica e necessária, especialmente diante das demandas que temos enfrentado nas nossas redes de educação e saúde”, comentou o vice-prefeito Dinarte Farias.
INTERAÇÃO ENTRE SETORES FORTALECE REDE DE APOIO
A visita também evidenciou a importância do diálogo entre as áreas da saúde, educação e assistência social na construção de políticas públicas mais sensíveis e efetivas. Para a secretária de Educação de Estação, Marcele Anversa Lima, “vivenciar a rotina de um serviço especializado como o CAS nos ajuda a refletir sobre o atendimento às crianças em nossas escolas e sobre como podemos ampliar o suporte aos educadores e às famílias”.
A secretária de Educação de Getúlio Vargas, Luciane Spanhol Bordignon, reforçou a relevância da experiência: “A realidade escolar nos impõe demandas crescentes relacionadas ao TEA. Estar aqui, conhecendo de perto esse trabalho tão comprometido e sensível, nos permite refletir com mais profundidade sobre como fortalecer o apoio às nossas crianças, às famílias e também aos educadores que lidam com esses contextos diariamente.”
COMPROMISSO COM O CUIDADO E A ESCUTA
A coordenadora do CAS destacou ainda que o trabalho com crianças com TEA exige sensibilidade, empatia e profissionalismo. “Cada atendimento aqui é pensado de forma singular, com escuta qualificada e objetivos traçados em conjunto com os pais. Não se trata apenas de terapias, mas de respeito à história de cada família”, reforçou Gislene.